terça-feira, agosto 16, 2005

ARTUR GARIBÁLDI, autor de uma vasta obra literária, nasce em Braga em 1913.



NOITE

Vinha o terror fascista sobre nós,
Era a noite que vinha.
E o povo não tinha,
Não tinha voz.


A lei apenas uma: a violência
Que estorcegava como fossen vimes,
Os anseios de luz, a Resistência
Cobrindo toda a pátria de crimes.


Os esbirros da Pide, a cada porta
Espreitavam, armados de punhais,
E varria a Nação um ciclone de ais.
E a liberdade era uma virgem morta.


A Igreja e o Capital - feras eternas -
Davam-se as mãos servindo o "Estado Novo"
E procuravam conduzir o Povo
À milenária noite das cavernas.


A Resistência em cada peito ia abrindo
Era uma flor que ardia
E os mártires morriam resistindo,
Com a esperança que chegasse o Dia.


E esse Dia chegou: formosa flor
Que em luz de sol abria
_E falou-nos de dor
_E falou-nos em risos de alegria.


Quando recordo os uivos dos chacais,
Que enchiam de terror um povo inteiro,
Levanto a minha voz como um luzeiro,
Este grito vibrante e altaneiro:
«Fascismo nunca mais»!


E o trabalhador, e a prostituta,
E os que odeiam regimes criminais,
Repetem este índice de luta:
«Fascismo nunca mais»!
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Do livro " HARPA Do PRAZER E DA RENÚNCIA"

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