Como un dos teus fados
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josé saramago
etica e paixon de expresar
como nun dos seus poemas fados
coa saudade polo sur portugués
desde esa illa mitica xunto a africa
illa de atlantes guanches e lancelot
saramago como no seu ultimo
texto poema fado mariñeiro
dixonos ate logo ate sempre
dias antes do solsticio de vrán
cun cravo vermelho na man
ate logo ate sempre sempre
.
tarde do 18 de xuño
josé saramago
etica e paixon de expresar
como nun dos seus poemas fados
coa saudade polo sur portugués
desde esa illa mitica xunto a africa
illa de atlantes guanches e lancelot
saramago como no seu ultimo
texto poema fado mariñeiro
dixonos ate logo ate sempre
dias antes do solsticio de vrán
cun cravo vermelho na man
ate logo ate sempre sempre
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tarde do 18 de xuño
- Manolo Pipas -
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Há-de haver...
.
Há-de haver uma cor por descobrir,
Um jantar de palavras escondido,
Há-de haver uma chave para abrir
A porta deste muro desmedido.
Há-de haver uma ilha mais ao sul,
Uma corda mais tensa e ressoante,
Outro mar que nade noutro azul,
Outra altura de voz que melhor cante.
Poesia tardia que não chegas
A dizer nem metade do que sabes:
Não calas, quando podes, nem renegas
Este corpo de ocaso em que não cabes.
.
.
A ti regreso, mar
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A ti regreso, mar, ao gosto forte
Do sal que o vento traz à minha boca,
À tua claridade, a esta sorte
Que me foi dada de esquecer a morte
Sabendo embora como a vida é pouca.
A ti regreso, mar, corpo deitado,
Ao teu poder de paz e tempestade,
Ao teu clamor de deus acorrentado
De terra feminina rodeado,
Prisioneiro da própria liberdade.
A ti regreso, mar, como quem sabe
Dessa tua lição tirar proveito.
E antes que a vida se me acabe,
De toda a água que na terra cabe
Em vontade tornada, armado o peito.
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José Saramago
do livro Os poemas possíveis
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Há-de haver...
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Há-de haver uma cor por descobrir,
Um jantar de palavras escondido,
Há-de haver uma chave para abrir
A porta deste muro desmedido.
Há-de haver uma ilha mais ao sul,
Uma corda mais tensa e ressoante,
Outro mar que nade noutro azul,
Outra altura de voz que melhor cante.
Poesia tardia que não chegas
A dizer nem metade do que sabes:
Não calas, quando podes, nem renegas
Este corpo de ocaso em que não cabes.
.
.
A ti regreso, mar
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A ti regreso, mar, ao gosto forte
Do sal que o vento traz à minha boca,
À tua claridade, a esta sorte
Que me foi dada de esquecer a morte
Sabendo embora como a vida é pouca.
A ti regreso, mar, corpo deitado,
Ao teu poder de paz e tempestade,
Ao teu clamor de deus acorrentado
De terra feminina rodeado,
Prisioneiro da própria liberdade.
A ti regreso, mar, como quem sabe
Dessa tua lição tirar proveito.
E antes que a vida se me acabe,
De toda a água que na terra cabe
Em vontade tornada, armado o peito.
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José Saramago
do livro Os poemas possíveis
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