quinta-feira, novembro 25, 2010

de RAMIRO VIDAL ALVARINHO...

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Desde a minha mediocridade, mas também
Desde o meu ardor militante
Tam sincero como real é a dor das feridas de guerra
Que a experiência me outorga
Declaro-me habitante desta aldeia resistente
Deste núcleo irreductível
Confesso o inorme prazer que me ocassiona
A estranha insolência de escrever em galego
Nom o fago para salvar umha língua,
Fago-o para que os tanques e os bulldozzers
Nom derrubem aquela casa em Palestina
Nom o fago para salvar umha cultura,
Fago-o para que o desgelo da Antártida se detenha
Nom o fago para resgatar a memória dos meus antergos,
Fago-o para acabar com a desflorestaçom da Amazonia
Nom o fago para libertar Galiza,
Fago-o por Cuba livre e socialista, para que os ianques
saiam de Guantánamo, para deter as matanças de
baleas e de focas, pola independência do Saara, para
que os militares nom matem a democracia em
Latinoamérica, para derrubar os muros da vergonha e
os arames farpados da infámia...
...nom paga a pena continuar. O único que poido dizer,
eu, poeta popular sem prémios, que nom está presente
em colecçom nengumha, que nom freqüenta tertúlias,
que nom é entrevistado na imprensa, eu, irrelevante,
minoritário, desconhezido, discreto
é que escrevo em galego porque sou internacionalista, e
porque se eu obedecer os ditados daqueles que
proclamam a inutilidade da minha resistência
contribuirei para que outras resistências perdam
sentido.

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....... do noso libro "Sétimo andar, poesía alén"
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1 comentário:

Anónimo disse...

vexo aí o galeguismo histórico planchado si... Carvalho Calero logo? Ou quen? Xohan Xesús González? Non sei...

Xa non facemos nada..

Efemérides Todo