quarta-feira, outubro 21, 2009

Às vezes temo a metamorfose

COMO AMANHAR as rotas choças internas
Como alugar um pedaço,
Ainda que só seça uma porção duma alegria
ou a migalha do reflexo dum sorriso

Quando penso papa,ainda hoje que foste
de pressa
como uma chama dum círio, com um assopro
em um instante
como uma ligeira borboleta...
É um triste facto!

Tremo ao pensar na data do teu falecimento
A consciência da tua morte, enoja-me papa!
Não posso evitar e lembro,
lembro...
Amanhã que disseste adeus
aquele adeus definitivo
aquelas horas longas
longas
O tristonho soar do sino que ainda me fere
que bate na minha alma como um martelo
e bate
bate
bate...


Cruz Martínez

3º premio no Certame literário AALF Freamunde, 2003 ( Portugal)

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