segunda-feira, julho 06, 2009

Intantâneas (alguns fragmentos)

O horizonte é algo que só faz sentido para um observador. As formigas avançam em fila. A fé move montanhas. O arco-íris não existe fora de nossos olhos. Também sabemos que uma pedra é em realidade uma colecção enorme de átomos que se mantêm vinculados pelo que chamamos enlaces químicos. E os átomos estão formados por partículas subatómicas que, a sua vez, estão formadas por:

Recordemos um automóvel é uma partícula, o golpe de um boxeador é uma força, o espaço entre o núcleo atómico e os electrões é vazio. Uma onda é uma onda. O horizonte, as emoções e as lembranças são produzidos pelo mesmo efeito quando lançamos uma pedra ao estanque e se formam pequenas ondas até a orilha percorrendo a totalidade da superfície. No povo, uma porta amarela, um campo de cebolas. Um retrato com a cara cheia de medo. O homem recostado, doente, mal se lhe viam os olhos. Eles tratavam de se ver no espelho. Sempre os desconhecidos, os que saem nas fotos e sorriem. O granjeio com seu cão, um galgo. Ambos, não sê por que, têm os mesmos olhos. Tampou-se a metade de seu rosto, em lugar de seu olho, ficou seu anel. o relâmpago verde dos papagaios. Meus cabelos eram nuvens estendidas, como se fossem lumes, grandes lumes brancos. A preocupação são as mãos no rosto. Um tubarão no posto do mercado. A lua cheia sobre um grupo de nuvens. Sonhei um semeadoiro espesso, alto e por em cima dourado. O som do anúncio vermelho de lâmina ao soprar o vento. Essa luz que atraia os insectos.

Ramón Peralta

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