Quatro ciclistas disputam-se o primeiro lugar. No cruze de duas avenidas cheias de gente, a estátua de um cavalo. A lua saindo sobre Hernández, Novo México. O estalido da bomba atómica. Uma linha negra sobre um quadro vermelho. Olhamos como se algo estivesse ante nossos olhos. Com o assento e o guidão, construiu a cabeça de um touro. A mirada de Juan Rulfo apoiado sobre uma calaveira. Os corvos descansam os trapos de suas asas no cume do poste. O futuro é um arpão detido no ar. Do barco, um homem cai ao mar. Duas gémeas cegas volteiam em direcção contrária; tomam-se da mão para cruzar a rua. Entre dois elefantes, uma mulher delgada com vestido de noiva, canta e eleva os braços. Da banana da manhã saem moscas. Aqui tinha uma estação de comboios. Senti-me um galo branco de briga. Nada me coroa nesta cidade de muros largos.
Ramón Peralta (México, 1972)
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