COMPANHEIRO
Deixa-me dizer-te.
Dizer-te, não falar-te.
Dizer-te por bandeira
nas gaitas do alvorar.
Se despontam as
luzes, levaremos o mundo.Os tempos são chegados,
e os sonhos por sonhar têm beira sem porta
e portos a abeirar.
Deixa-me cantar-te.Cantar-te, não chorar-te.
Cantar-te em voz de monte na terra do sol-pôr.
Pisaremos moedas, semearemos filhos,
renovaremos nomes na barca do amanhã.
Dir-te-ei na ilha, então, de ilhas errantes,
entre os passos a força, e um mundo por nascer.
Labrega, hei soterrar capitais como abono
e cultivar o amor,
sem indústria, nem modos.
Deixa-me dizer-te, no teu nome de lar.
.......................................... (Iolanda Aldrei)
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