A ilusão é humana.
Verdadeiros apenas os espelhos.
A voz com que nos falam não engana
Quando o frio nos diz que estamos velhos.
Impossível encher de labaredas
Agora o coração.
Falazes ilusões, nulas e tredas!
Agora, tudo é vão...
Pudesse o vinho do amor ainda
Correr em nossas veias, sangue a estuar!
E fosse a nossa vida manhã linda,
Com o sol a cantar!
Mas não! Tal como as árvores no Outono
Vão perdendo a folhagem,
Assim as ilusões, ao abandono,
São levadas de nós por fria aragem.
É assim a vida de nós todos. Somos
Uns misérrimos seres desta verdade:
Foi passageiro tudo quanto fomos,
E depois da ilusão vem a saudade...
Artur Garibáldi
Do livro: "Voz Insubmissa"
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