sexta-feira, setembro 19, 2008

Fernando Martinho Guimarães

Nascido transmontano, 1960 (Alijó, Vila Real, foi na cidade do Porto que viveu até aos princípios dos anos 80. A partir do ano 2000 fixou-se em Ponta Delgada, Açores. De formação filosófica e literária, a sua produção ensaística e poética reflecte essa duplicidade. Com colaboração dispersa, no Letras & Letras (Porto), revista Vértice e Parnasur (Revista literária galaico-portuguesa), no Suplemento Açoriano de Cultura do Correio dos Açores, passando pelo jornal Horizonte (Cidade da Praia, Cabo Verde), tem dedicado a sua actividade ensaística à poesia portuguesa e galega. Cronista na Rádio Atlântida e no jornal Correio dos Açores...
Da poesia galega, a sua ensaística tem incidido sobre a poesia de Luisa Villalta ( I jornadas de Letras Galegas de Lisboa, 1998) e a de Manuel Antonio ( Colóquio Escritas do Rio Atlântico, Funchal, 2001).
Publicou em 1996 A Invenção da Morte (ensaio), em 2000 56 Poemas, em 2003 Ilhas Suspensas (ediçao bilingue, castelhano/português) e em 2005 Apenas um Tédio que a doer não chega.


Crónicas
Livro publicado por Incomunidade- Lisboa, 2008
Fragmentos do livro

O Mal da Felicidade


Da felicidade se poderia dizer o mesmo que S. Agostinho dizia do tempo. Se não perguntarmos o que ela é, todos sabemos o que é; se preguntarmos, deixamos de o saber. A ignorância acerca do que seja a felicidade é, assim parece, o máximo de sabedoria a que podemos chegar.
...A moderna psicologia cognitiva sublinha que a infelicidade resulta, em boa parte, de interpretações erradas acerca de nós mesmos e do mundo...


O Limbo


Há conceitos que, pela sua estranheza e excentricidade, captam imediatamente a imaginação. O conceito de limbo será un deles. Reportando-se a uma realidade fluida, ao limbo só a muito custo se atribuirá un referente claro. Mais um não-lugar do que um sítio determinado, mais uma condição do que um estado, ao limbo cabe, com propriedade, o estatuto de indefinição absoluta...
É que, se ao homem é aplicável, em boa medida, o estatuto de ser indefinível_ por não encontrar lugar fixo na ordem das coisas e dos seres_, compreende-se que o limbo exerça um sentimento misto de atração e repulsa...

2 comentários:

Antón de Muros disse...

Ola, xente!

Despois de ler a entrada sobre a dualidade de Fernando M. G. pola súa formación, pensei na miña propia duplicidade, vivo na Arxentina e escribo en galego.

Saúdos.

Antón.

a porta verde do sétimo andar disse...

Ola Antón!
Grazas por entrar pola porta...benvido a este teu, noso espazo. Convídote, se o desexas a colaborar con nós...Envíanos algo ao noso correo que aparece no blog.
Ata sempre, un saúdo.
Cruz