sábado, agosto 23, 2008

Quando deixo

o doce estado da sonolência
e torno ao mundo
vivo amanheceres duros
desajeitadas tragédias
Sinto-me acorrentada no cruel
silêncio
das soterradas pedras
que a infinita noite desenterra

Ao teu reverso vejo países estéreis
Cães que uivam, vaticínios da morte
Mãos que derrubam caminhos
e lançam-me a rolar

A violência ofusca-me
coma se fosse uma fresta
afogada na lama

Semelho uma velha de luto
resmungando rogos


Do poemario: "Às vezes temo a metamorfose" que conseguiu o 3º premio de poesía no Concurso Literário e Artístico do AALF. Freamunde 2003 (Portugal).
Cruz Martínez

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